O Santo Sacrifício da Missa
Dom Lefebvre gostava de repetir que o padre foi feito para o sacrifício e que foi ordenado para oferecer sacrifícios. Com efeito, essa é uma ordenação essencial, “transcendental”, porque assim como não há sacrifício sem sacerdote, também não pode haver sacerdote sem sacrifício. Nisto estriba a identidade sacerdotal.
Com seu amigo Dom Antônio de Castro Mayer afirmava que não existe verdadeira religião sem sacrifício:
Se, em um caso impossível, a missa deixasse de ser um sacrifício, já não haveria na terra nenhum tipo de religião”.
Um único sacrifício
Mas como Cristo morreu uma única vez, não há mais que um único sacrifício:
Há um único sacrifício: aquele que Jesus, sacerdote e vítima, ofereceu uma vez para sempre na cruz unido às reatualizações desse mesmo sacrifício. Como diz São Paulo aos Hebreus: Por esta vontade (de Cristo de oferecer-se em sacrifício) somos santificados mediante a oblação do Corpo de Jesus Cristo feita uma vez. (…) Tendo oferecido uma só hóstia pelos pecados, está sentado para sempre à destra de Deus. (…) Porque, com uma só oblação, tornou perfeitos para sempre os que foram santificados (Heb. 10; 10,12 e 14)
Jesus, por um admirável desígnio de sua onipotência, confiou seu sacrifício à sua Igreja sob um modo incruento no sacrifício eucarístico, que perpetua de modo real seu sacrifício da cruz. (…) A única diferencia entre a cruz e a missa é que a primeira foi oferecida com derramamento de sangue e a segunda de maneira incruenta. Na missa não vemos ser derramado o sangue. Essa é a única diferença. Mas consistem em um mesmo sacrifício, porque em ambos, como o ensina o Catecismo de Trento (sessão XXII, cap. 1), está presente o mesmo sacerdote e é oferecida a mesma vítima:"
Na última ceia, "na noite em que foi entregue” (1 Cor 11,13), quis deixar à Igreja, sua esposa muito amada, um sacrifício visível (como o reclama a natureza humana) em que seria representado (feito presente) o sacrifício cruento que ia realizar-se uma vez por todas uma única vez na cruz, sacrifício este cuja memória haveria de perpetuar-se até o fim dos séculos (l Cor 11,23) e cuja virtude salutar haveria de aplicar-se à remissão dos pecados que cometemos cada dia.
A palavra memória não significa somente uma recordação subjetiva ou coletiva, mas também um memorial, ou seja, uma ação objetiva que é realizada no altar. A representação de que falamos aqui é a própria reatualização da Paixão e da morte de Cristo, manifestada pela dupla consagração do Corpo e do Sangue, que representa essa separação dolorosa e a efusão de sangue que caracterizaram a morte de Cristo na cruz.
Um mistério extraordinário
Dom Lefebvre gostava de contemplar a eficácia da missa sob a luz da fé:
Quanto mais estudamos o Santo Sacrifício da Missa, mais percebemos que consiste em um mistério extraordinário. É realmente o mistério de nossa fé! Nele, o padre atua como uma pessoa que não pertence ao tempo, que quase está na eternidade, porque todas as suas palavras têm um valor de eternidade. (…) Não é um simples rito realizado hoje, mas uma realidade eterna, que supera o tempo e que tem consequências eternas para a glória de Deus, para a salvação das almas do purgatório e para a santificação de nossas próprias almas. Cada missa tem realmente um valor de eternidade.
Marcel Lefebvre lembrava com frequência quais são os quatro fins do sacrifício da missa: adoração a Deus, agradecimento (de onde vem o nome de Eucaristia), propiciação e impetração. Contra os modernistas, insistia no aspecto propiciatório: Deus ofendido se torna propício pelo ato de extrema caridade de seu Filho encarnado que se oferece na cruz. Mas também falava com frequência sobre a adoração e a glorificação que a missa concede a Deus.
Mas, em primeiro lugar ensinava que a sagrada comunhão é a comunhão com a Vítima do Calvário e que, sob este aspecto,
nos transforma em vítimas em união com Jesus Vítima”, efeito frequentemente ignorado hoje. “Que belo ideal nos deixou Nosso Senhor! Que belo plano de santidade quer Deus que realizemos na terra!
Un misterio extraordinario
Monseñor Lefebvre solía contemplar la eficacia de la misa a la luz de la fe:
«Cuanto más se estudia el santo sacrificio de la Misa, más se percibe que se trata de un misterio extraordinario. ¡Es realmente el misterio de nuestra fe! Allí el sacerdote aparece como alguien que no pertenece al tiempo, que está casi en la eternidad, porque todas sus palabras tienen un valor de eternidad. (…) No es un simple rito realizado hoy, sino una realidad eterna, que supera el tiempo, y que tiene consecuencias eternas para la gloria de Dios, para salvar a las almas del purgatorio, y para santificar nuestras propias almas. Cada misa tiene realmente un peso de eternidad».
Marcel Lefebvre recuerda a menudo cuáles son los cuatro fines del sacrificio de la misa: alabanza de Dios, acción de gracias (de donde viene el nombre de Eucaristía), propiciación e impetración. Contra los modernistas, insiste en el aspecto propiciatorio: Dios ofendido se nos vuelve propicio por el acto de extrema caridad de su Hijo encarnado que se ofrece en la cruz. Pero también suele comentar la alabanza y la glorificación que la misa procura a Dios.
Por encima de todo, enseña que la sagrada comunión es la comunión a la Víctima del Calvario, y que, bajo este aspecto,
«nos transforma en víctimas en unión con Jesús Víctima», efecto frecuentemente ignorado. «¡Qué hermoso ideal nos ha dejado Nuestro Señor! ¡Qué hermoso programa de santidad quiere Dios que realicemos en la tierra!»
«Este sacrificio del Calvario se convierte en nuestros altares en el sacrificio de la misa, que al mismo tiempo que realiza el sacrificio de la Cruz, realiza también el sacramento de la Eucaristía, que nos hace participes de la divina Victima, Jesús crucificado.»
Monseñor Marcel Lefebvre, Itinerario espiritual